sábado, 30 de janeiro de 2010

Janeiro confuso.

O que seria de mim sem a pessoa que me dá o maior sustento que eu preciso hoje? Com o passar do tempo vamos vendo o que realmente nos faz falta. Podemos ficar sem água por um ou dois dias dependendo da pessoa, podemos ficar sem comer por semanas, podemos ficar sem bens matérias, sem fortuna, sem vestuário, sem cortar o cabelo ou fazer a barba e eu poderia ficar enumerando “ene” coisas aqui. Podemos ficar praticamente sem tudo, mas àquela pessoa que nos faz bem, feliz, faz sorrir nas horas mais bobas, faz querer ser melhor pra ela, esse alguém não podemos ficar. É muito forte isso.

Há coisas que abalam relacionamentos, e pesquisando com os meus amigos o medo que esse “abalo” seja algo negativo pra relação que normalmente se demora pra construir, e é um construir aos poucos, como se fosse um delicado quebra-cabeça, pode ser em algum momento que não percebamos isso, mas as relações são feitas dessa maneira. E como não deixar que esse abalo destrutura o seu relacionamento? Ter confiança nos dias que vão vir? É complicado, por isso que “línguas alheias” não há porque que palpitarem nos relacionamentos de terceiros, e isso é bem coisa de nichos e grupinhos podres. Mas o que muitas vezes acontece, é que tem pessoas que tem o grande prazer e poder de estragar relacionamentos, já vi muito disso. E quando isso acontece com você, o medo que via nos olhos dos amigos e colegas se transforma no seu medo.

A nossa cabeça é engraçada, às vezes ela te prega peças que depois analisando e vendo a situação de um ângulo diferente você acaba rindo. Eu era uma pessoa desencanada e que nunca exigi e cobrei de meus relacionamentos, seja ele amizade, familiar, profissional e amoroso, e agora eu me vejo cobrando coisas sem fundamento às vezes, e um amigo me falou que esses sentimentos são frutos do amor verdadeiro. E eu sei bem disso, porque os meus antigos relacionamentos eram um esboço e resenha do que é hoje o meu relacionamento amoroso com o Diego. Não por eu não querer, mas que simplesmente não acontecia. Já esse meu namoro às coisas aconteceram de uma forma mágica [pode parecer clichezinho], mas é a verdade.
Recentemente eu soube mais ainda que o meu amor é forte por um acontecimento sísmico que quase acabou com o meu namoro. As inverdades foram tantas, que eu tava quase pendendo a batalha. Nunca fiquei com tanto medo como dessa vez. Nenhuma morte, desgraça, perda me fez sentir tão desamparado e desesperado como esse. E aí às vezes você ouve, “se sente assim, é porque culpa tem”. Desmestifico esse ditado, sentimos todas essas sensações por medo de perder a pessoa amada. De tudo que é realidade num instante seja passado em outro.

Mas aí, o que acontece? Onde há amor verdadeiro que dá sentido pra vida de ambos, esses pequenos [que antes eram grandes] abalos se tornam uma pequena onda na grande praia. Toda a afinidade, respeito, cumplicidade, entrosamento, química, sentimentos, sabores, prazeres, intimidade, não podem de jeito nenhum ser abalado por línguas mentirosas.

Por isso amigo, cuide muito bem mesmo do que é seu.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

chuva.

e sigo a vida chorando.
por esquinas jamais sonhadas, por escadas esfoladas.
pelo céu negro que escurece o dia.
pela enxurrada que lava as calçadas.
pelas águas que viram beleza na janela certa, e desgraça na janela errada.
onde não há mais estrelas.
há um tormento sem igual... há um desespero atormentado.
a rua, vira mar.
os carros, viram barcos.
pessoas, estatísticas.
e a vida segue o seu igual. a vida não tem tempo para o desencontro.
a cama que não vai mais ser dormida.
a vida segue seguindo.
ninguém chora mais, o que ontem aconteceu.
o ontem que foi hoje e que não será amanhã.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

loved poetry night between bare footed.

passando de leve, correndo devagar, retrocedendo.
as mãos vão deslizando como num passeio sem fim pelo corpo nu.
os lençóis no fim da cama, as camisas espalhadas pelo chão.
os pés se encontram num balé desproporcional.
o suor se junta com as salivas. os corpos tremem.
os lábios se encontram, e uma das mãos alisa o cabelo.
o ventilador está numa rotatividade contraria ao que vemos.
o som de fora não nos incomoda.
o corpo sente sede.
no canto da cama há garrafas com água acima de cem graus.
os dedos enganam, os olhos fecham... e abrem... (silêncio)
o suor escorre pelo corpo todo.
há porra no canto superior dos lábios.
a respiração profunda faz com que o corpo se arrepie.
encontro de lábios dura uma noite inteira.
o sol arde forte lá fora, e um pequeno passo, faz com que acordemos.