domingo, 25 de outubro de 2009

No escurinho do meu quarto.

Estou numa maratona de filmes que fazia tempo não tinha. Agora que voltei a ter a conta no site ‘makingoff’ graças ao @andreydonelli, estou baixando muita coisa. Coitado do meu hd que vai super lotar novamente [oi, @diegodug].
Dos filmes que assisti destaco três em especial: “Antichrist” de Lars von Treier, “La belle personne” de Christophe Honoré e “Nome Próprio” de Murilo Salles.

Antichrist foi muito criticado pelo excesso de violência e sexo nas cenas e em como o tema foi abordado pelo diretor. O filme conta a história de um casal que após perder o seu filho [ainda bebê], se isolam numa floresta sinistra onde ali se deparam com o inesperado e tenso desenrolar da história. O filme tem uma fotografia tensa, uma trilha sonora clássica que casa corretamente com os acontecimentos do filme e um entrosamento muito bom entre os atores. Como já é sabido eu sempre discordo das criticas, aqui não seria diferente. O filme me agradou muito sim e me levou em algo novo que fazia tempo não via em filmes, pra mim não é problema nenhum ver o diretor “vomitar” na telona tudo o que normalmente a quem assisti não gosta de ver.

La Belle Personne do Honoré é o meu preferido, diferente de Antichrist, já li muita coisa boa sobre este. A história se foca entre quatro personagens, são três alunos e um professor que dentro de uma escola com aspectos rústicos e mal acabados se desenrola o roteiro e nisso Honoré é craque. A personagem central da história se muda para essa escola e chama atenção de quase todos entre esses do professor de história [Louis Garrel, só em filmes do Honoré, né. Rs.]. Surge um relacionamento delicado e lírico entre eles. O que mais me chamou atenção no filme é a maneira com que Honoré usou a câmera, se aproximando profundamente do rosto da personagem onde faz com que nos apaixonemos por ela, a fotografia “seca” e escura dando uma melancolia sofrida juntamente com as expressões que a personagem usa quase em todo o filme. É um longa curto que foi feito para ser exibido na televisão francesa, e esse é um outro triunfo do filme, se a história se alongasse muito, ia perder o seu charme. Há muitas cenas que eu gosto muito, mas tem uma em que a câmera começa a “paquerar” a personagem num café em que ela entra pra se esconder da chuva que deixa a gente até atordoado de tanta beleza e poesia.

Nome Próprio é um filme tenso, centra na história de Camila que saí de sua cidade natal e vem embora pra São Paulo onde se “enrola” completamente em vários acontecimentos, com isso faz com que ela se canse da figura humana e passe a desprezar e usa esses pra seu beneficio. Nem por isso ela se torna uma personagem “mal caráter” e sim ela é verdadeira em suas opiniões e atitudes. Como o próprio cinema, a literatura e a arte em modo geral mostra que é na dor que normalmente nasce à criatividade, Camila usa uma ferramenta que era uma novidade na época que é o blog e os e-mails para expressar o que estava acontecendo com ela e as mudanças em sua volta. São cenas lindas que mostra ela digitando em seu blog e vai aparecendo em forma de letras na tela os seus versos e contos. A maneira em que o diretor usa a câmera também é impar, focando pontos importantes que valorizam mais ainda a história.

ps: percebe-se que usei muito a palvra "tenso", rssss... mas essa tensão são reais mesmo nas histórias.

4 comentários:

Doug disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Doug disse...

eu comentei esse filme do Honoré lá no meu blog (http://my-garbage.blogspot.com/2009/01/bela-junie.html) de fato, "ficamos atordoados de tanta beleza e poesia!" vc já assistiu outro dele (ou com o Louis Garrel)? Esse último q vc comentou é com atriz Leandra Leal, né?

fabiano carlos disse...

isso, mesmo Douglas. é com a Leandra Leal, muito bom sinal.

eu ví dois com o Louis, o "dans paris" e o "les chansons d'amour". lindos por sinal.

vou ver seu post.

Rafael Duarte disse...

quando você receber os convites pra serem distribuídos, não se esqueça de mim :}