sábado, 20 de novembro de 2010

Apocalipse 21.4

“E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor..."

happyshire

a grandiosidade do eu superou a dos eus.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Samson

Ele nem ousou em perguntar, raspou toda a cabeleira que antes roçava os ombros quando se abraçavam.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

lúdico

nem um grão de areia vai me tirar de onde estou.

domingo, 1 de agosto de 2010

Porto

Eu não vim até aqui pra isso, eu não sou daqui, eu não pertenço a esse mundo. Saber que é uma personagem de uma terra estranha. Um estrangeiro sem pátria. Um morador sem casa. Não saber de onde é, e nem pra onde voltar.

O sentimento é que dá nó em tudo, devia ser como um animal irracional que apenas vive o que é pra viver. Sem se enroscar, sem parar pra pensar, sem se atormentar, sem se preocupar com o ontem o hoje e o amanhã.
E se não dermos mais bola pro sentimento, e se apenas vivermos o que somente é pra viver.
Esperar a mercê do tempo das horas dos dias, até o fim de tudo.
Andar por ai como um cigano, apenas com a sede de beber, e com a fome de comer.
Não ligar pra conquistas, vitórias, derrotas e globalização dos eus dos és.
O que és?
Não és nada além de um pedaço de matéria suspensa no ar.

Para porcaria do que fomos, do que somos, e do que estamos nos tornando.

Hello stranger.

moonshine

não imagina o que tinha mais além, quebrando à esquerda. maior que tudo e que todos.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

levàcilpxeni.

ah, me avisaram que você constroi frases usando as palavras na ordem inversa.
construo. desenvolvi a linguagem com a minha terapeuta. não me pergunte a razão. nem sempre existem razões, motivos, fundamentos, justificativas. "oiedo racilpxe o euq è levàcilpxeni. (interrompe o discurso abruptamente e, mirando um ponto fixo, enrijece o corpo. mantém o braço direito esticado, como se pretendesse alcançar algo numa pratileira alta. depois de três minutos, relaxa.)

você gostaria de ter um namorado?
namorado... gostaria, gostaria... para passear, jantar, almoçar, tomar café. beijar, não. abraçar, não. dói. incomoda. prefiro que não encostem em mim. que não me afoguem, asfixiem, prendam, sufoquem. se necessito de abraços, recorro à máquina que meu tio júlio inventou.

máquina?
sim, a máquina de abraçar. a tal... instambul, nokia... a tal... esmirna, lg, ancara, samsug, apple... máquina... de abraçar...

obs: texto tirado da página de entrevista da revista "bravo".

a voz que não se foi.

onde aqui esteve, por aqui vai ficar.

sábado, 5 de junho de 2010

this isn't happening

no mais queria apenas andar pela rua.
sentir o vento daquele outono triste.
esperar que à noite caia e traga um pouco da paz que não encontrava em lugar algum.
a escuridão trazia conforto...
e o conforto era algo que o deixava mais perto do pouco que era a sua vida.
comprou um cigarro para aliviar o desejo e uma cerveja para matar a sede.
andava como se não mais precisasse voltar.
procurou algo que não mais encontrou em lugar nenhum.
voltou pra realidade que nem era mais sua.

sábado, 13 de março de 2010

Cinema, Oscar e Setlist

É engraçado como o público de cinema está ficando exigente com as trilhas sonoras dos grandes filmes anunciados com poupas na grande mídia de informação.
Ao sair na net o setlist do filme ‘Alice in Wonderland’ vimos uma enxurrada de reclamações com as escolhas feitas não tanto pela qualidade das músicas e sim pelos donos dessas.
Lá em 2008 quando saíram às primeiras notícias que Tim Burton estava com o projeto do ‘Alice’ já começou a criar-se uma expectativa com as qualidades da obra, já visto que o diretor tem grandes idéias e traz pras telas obras grandiosas, é de se esperar o melhor em seus filmes. E lá mesmo nessa mesma época, a trilha sonora já era motivo de comentários e apostas. Li muito que vários artistas estavam pra compor a lista de músicos pro filme, entre eles Björk e Fiona Apple, que pra tristeza geral não aconteceu.
Eu particularmente, não gostei do setlist, e não pelo elenco e sim pela qualidade das músicas que já ouvi boa parte e não gostei.
Vejamos como vai ficar isso acoplado ao filme. Abril venha logo. (Risos)

Agora uma trilha sonora que eu gostei e boa parte da torcida do flamengo também, é do filme ‘Los abrazos rotos’ do sempre querido Almodóvar, já no trailer que eu sempre via no youtube já me arrepiava, quando assisti ao filme, fiquei mais maravilhado ainda. E já falando no filme, não sei por que muita gente “maiou” este, sendo que é um lindo filme, com atuações brilhantes e de uma ternura ímpar que só o mestre sabe por na telona. Tem gente que espera muito um novo ‘Hable con Ella’ mas esquece que esse filme é único, e o restante dele também deve ser tratado como igual. O diretor coloca em cada filme algo tão contemporâneo que eu fico de boca aberta em como ele saca a flexibilidade com que a vida e os acontecimentos humanos estão acontecendo. Eu sempre espero muito do Almodóvar e nunca me decepciono.

Falar um pouco do Oscar.

Gostei das premiações, porém torci muito mesmo pra ‘Inglourious Basterds’ e como torci. Não cheguei a ver todos os filmes que esteve no Oscar, mas esse do Tarantino estava perfeito, ele mostrou de um jeito nunca antes mostrado a Segunda Guerra Mundial. De um tempo pra cá, acho que uns 4 (quatro) anos eu tenho gostado bastante das premiações. Parece ser um amadurecimento da Academia.
Aos que torcem o nariz pra premiação, acho babaquice, o que o Oscar proporciona ao cinema já é válido.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Apostas de Summer.

E se eu não tivesse fuçado o twitter dele?
E se eu não tivesse interesse em ir além?
E se eu não tivesse adicionado no msn?
E se eu não tivesse puxado o primeiro papo?
E se eu não tivesse mudado meus horários, para encontrá-lo online?
E se eu não tivesse me apaixonado primeiro pelos braços longos que ele tem?
E se eu não fosse pidão, turrão, insistente?
E se o olhar melancólico, não tivesse me dito nada?
Hoje se todos esses acontecimentos não tivessem acontecidos, eu não viveria tudo o que vive com ele. Em que pé eu estaria? Em que pé ele estaria?

Acaso? Coincidência? Destino?

As coisas não se concluem fazendo estatísticas, vendo e revendo os pontos positivos que contribuíram pros tais acontecimentos estarem como estão. Mas também as coisas não acontecem do nada, não é mero acaso, não é coincidência. Há um determinante que é forte e que sempre define, são eles: vontade, coragem, destreza, envolvimento, encantamento, se entregar e claro a paixão que une e apega de uma maneira ímpar.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

O dia é hoje: PERMITA-SE!

Um mundo onde as proibições deram lugar as permissões.

É permitido fumar em lugares fechados e de pouca ventilação.
É permitido sentar-se na mesa e comer bolo de chocolate com as mãos.
É permitido transar no parque, desde que seja já pela manhã.
É permitido homens e mulheres no mesmo banheiro público.
A partir de hoje estaremos fornecendo cabines para sexo nos banheiros públicos.
É permitido arrotar.
É permitido peidar.
É permitido roubar o doce da mão dele se você estiver com vontade.
É permitido pegar dinheiro do banco e sair numa boa. Alias, ele sempre foi nosso.
É permitido dar o cu, ainda mais se for um cu de homem e sendo comido por outro homem.
Mulher pode pegar mulher, sim. Beijo na boca no restaurante é lei.
É permitido bater em corruptos.
É permitido matar quem judia de crianças e pessoas indefesas.
É permitido matar quando esse merecer morrer.
É permitido viver, seja lá como for o seu viver. Não importa, só importa a você.
É permitido sonhar e roubar pra realizar esse sonho.
É permitido sair do emprego a hora que der vontade e assim esse querer.
É permitido andar no meio da rua.
É permitido se quiser bater com o carro em: postes, muros e onde tiver com vontade.
É permitido chupar pau em: metros, rodoviárias, aeroportos e tais como: fila de banco, fila de atendimento médico e afins.
É permitido dar um chute bem dado no dentista quando sentir dor.
É permitido falar: TOMAR NO CU, VAI SE FUDER, ENFIA ESSE DEDO NO MEIO DA SUA BUCETA e o que desejar você falar.
É permitido bater em adultos.
É permitido sair de casa e deixar as portas e janelas abertas, porém é permitido também deixar um cão solto pra matar quem for mexer no que é seu.
Lembrem-se: vocês só podem roubar bancos, mercados, lojas, sapatarias e etc...
É permitido apontar o dedo na cara de outra pessoa.
É permitido brigarem na praça central de vossa cidade.
Lembrete: NÃO PERMITIMOS SUJEIRA, a não ser que seja na suas dependências.
É permitido andar nu, não fazer a barba, não cortar os pelos da vagina e do pênis, não se depilar.
Lembrete: A HIGIENE ELEVA HUMORES.
É permitido cair de bêbado.
É permitido comer todo o tipo de comida.
Lembrete: A SAÚDE É UM BEM PRO SEU CORPO.
É permitido abraçar, beijar, amar, saudar, sorrir, correr, deitar em qualquer lugar, se apaixonar...
É permitido permitir.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Janeiro confuso.

O que seria de mim sem a pessoa que me dá o maior sustento que eu preciso hoje? Com o passar do tempo vamos vendo o que realmente nos faz falta. Podemos ficar sem água por um ou dois dias dependendo da pessoa, podemos ficar sem comer por semanas, podemos ficar sem bens matérias, sem fortuna, sem vestuário, sem cortar o cabelo ou fazer a barba e eu poderia ficar enumerando “ene” coisas aqui. Podemos ficar praticamente sem tudo, mas àquela pessoa que nos faz bem, feliz, faz sorrir nas horas mais bobas, faz querer ser melhor pra ela, esse alguém não podemos ficar. É muito forte isso.

Há coisas que abalam relacionamentos, e pesquisando com os meus amigos o medo que esse “abalo” seja algo negativo pra relação que normalmente se demora pra construir, e é um construir aos poucos, como se fosse um delicado quebra-cabeça, pode ser em algum momento que não percebamos isso, mas as relações são feitas dessa maneira. E como não deixar que esse abalo destrutura o seu relacionamento? Ter confiança nos dias que vão vir? É complicado, por isso que “línguas alheias” não há porque que palpitarem nos relacionamentos de terceiros, e isso é bem coisa de nichos e grupinhos podres. Mas o que muitas vezes acontece, é que tem pessoas que tem o grande prazer e poder de estragar relacionamentos, já vi muito disso. E quando isso acontece com você, o medo que via nos olhos dos amigos e colegas se transforma no seu medo.

A nossa cabeça é engraçada, às vezes ela te prega peças que depois analisando e vendo a situação de um ângulo diferente você acaba rindo. Eu era uma pessoa desencanada e que nunca exigi e cobrei de meus relacionamentos, seja ele amizade, familiar, profissional e amoroso, e agora eu me vejo cobrando coisas sem fundamento às vezes, e um amigo me falou que esses sentimentos são frutos do amor verdadeiro. E eu sei bem disso, porque os meus antigos relacionamentos eram um esboço e resenha do que é hoje o meu relacionamento amoroso com o Diego. Não por eu não querer, mas que simplesmente não acontecia. Já esse meu namoro às coisas aconteceram de uma forma mágica [pode parecer clichezinho], mas é a verdade.
Recentemente eu soube mais ainda que o meu amor é forte por um acontecimento sísmico que quase acabou com o meu namoro. As inverdades foram tantas, que eu tava quase pendendo a batalha. Nunca fiquei com tanto medo como dessa vez. Nenhuma morte, desgraça, perda me fez sentir tão desamparado e desesperado como esse. E aí às vezes você ouve, “se sente assim, é porque culpa tem”. Desmestifico esse ditado, sentimos todas essas sensações por medo de perder a pessoa amada. De tudo que é realidade num instante seja passado em outro.

Mas aí, o que acontece? Onde há amor verdadeiro que dá sentido pra vida de ambos, esses pequenos [que antes eram grandes] abalos se tornam uma pequena onda na grande praia. Toda a afinidade, respeito, cumplicidade, entrosamento, química, sentimentos, sabores, prazeres, intimidade, não podem de jeito nenhum ser abalado por línguas mentirosas.

Por isso amigo, cuide muito bem mesmo do que é seu.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

chuva.

e sigo a vida chorando.
por esquinas jamais sonhadas, por escadas esfoladas.
pelo céu negro que escurece o dia.
pela enxurrada que lava as calçadas.
pelas águas que viram beleza na janela certa, e desgraça na janela errada.
onde não há mais estrelas.
há um tormento sem igual... há um desespero atormentado.
a rua, vira mar.
os carros, viram barcos.
pessoas, estatísticas.
e a vida segue o seu igual. a vida não tem tempo para o desencontro.
a cama que não vai mais ser dormida.
a vida segue seguindo.
ninguém chora mais, o que ontem aconteceu.
o ontem que foi hoje e que não será amanhã.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

loved poetry night between bare footed.

passando de leve, correndo devagar, retrocedendo.
as mãos vão deslizando como num passeio sem fim pelo corpo nu.
os lençóis no fim da cama, as camisas espalhadas pelo chão.
os pés se encontram num balé desproporcional.
o suor se junta com as salivas. os corpos tremem.
os lábios se encontram, e uma das mãos alisa o cabelo.
o ventilador está numa rotatividade contraria ao que vemos.
o som de fora não nos incomoda.
o corpo sente sede.
no canto da cama há garrafas com água acima de cem graus.
os dedos enganam, os olhos fecham... e abrem... (silêncio)
o suor escorre pelo corpo todo.
há porra no canto superior dos lábios.
a respiração profunda faz com que o corpo se arrepie.
encontro de lábios dura uma noite inteira.
o sol arde forte lá fora, e um pequeno passo, faz com que acordemos.