sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Falemos de amor e arte

Vitor.

Como é complicado, num encontro ser o primeiro a se retirar, a dizer tchau, até logo, a dar o último beijo, e também é difícil, quando você se depara que o seu parceiro fora o primeiro a dizer “tenho que ir embora”, isso é demais de embaraçado. Queria, que essas situações não existisse, mas, logo penso, e digo aqui, essas situações são deliciosas, ter de partir, para logo em seguida pensar em um novo encontro, bolar dentro da sua cabecinha uma situação que faça com que vocês se encontrem novamente, e assim matar a saudade.
Essa pessoa citada, esta me deixando com novas expectativas, ainda não sei se isso é bom, ontem, ficamos até as quatro da manhã conversando, falamos de tudo, eu o conhecia de vista, de comprimentos, amigo de amigo, surgiu a oportunidade de sairmos e a química rolou, temos os mesmos gostos, já combinamos de trocar cds, livros e dvds, pra mim isso é problema, mas com ele não sinto de repartir.
No fim do encontro, nos encaramos muito, até um entrar no carro e o outro ficar observando.

Dom Casmurro.

Bom, eu queria fazer esse comentário depois que terminasse a minissérie, mas, não me agüento, não escrevo esse texto deslumbrado, mas digo, adorei a minissérie, ela seria perfeita se não fosse uma figura que é importantíssima na história, Dom Casmurro, sim ele.
A presença da imagem dele em todas as cenas, me incômoda. Claro, ele quem narra a história, eu sei, e isso é lindo, mas precisava aquela figura corcunda seguindo todos as personagens? Ao meu ver, não, ficariam mais leves as cenas, se fossem elas somente narradas, sem a presença de bocas e caretas de choro e desespero de Dom Casmurro.
Porém, muito bom mesmo, o Luiz usar como separação das cenas os papéis de parede que é usado muito nas histórias espanholas, e as falas, pausadamente anunciado o seguinte acontecimento. E claro, a direção de arte impecável, o Bentinho andando pelo Rio de Janeiro, atual, lindo isso. À famosa parte do encontro entre Capitu e ele no muro, sendo este com o portão e as árvores, são riscados a giz, e hora a câmera fica no ângulo de cima e hora os mostram no ângulo de lado, dando a impressão que estão deitado e hora em pé, perfeito.
O figurino, então, de deixarmos de boca aberta.
A adaptação, Luiz Fernando prova que além de ótimo diretor, é também ótimo roteirista.

Uptade:
Falha minha, como pude me esquecer de falar de tanta coisa nesse post? Eu acho, que é por medo, de ser repreendido por ser um texto longo demais, mas, não posso deixar de falar de tantas coisas.
Como, por exemplo, a trilha sonora de Capitu, lindamente escolhida e se encaixando perfeitamente nas cenas. Ouvimos lá Beirut, Johann Pachelbel, Heitor Villa-Lobos, a guitarra pesada de Sex Pistols, o hip hop de Marcelo D2 e entre tantas outras coisas que não consegui identificar.
Encantado com a marcação de cena, como se fosse num teatro, quando as conversas ganham um tom “pesado” eles pausam a cena como se fosse uma fotografia e logo voltam como se nada tivesse acontecido, mas deixando resíduos.
O ator que faz Escobar, esta perfeito, ele parece que saiu das histórias de bruxos e bruxas dos livros infantis, com aquele olhar e idéias aritméticas.
Na verdade o elenco num todo esta muito bem.

p.s.: ondeio reler meus textos, sempre acho mil defeitos.
p.s. 2: e muitas outras coisas vão ficar perdidas em minha cabeça, e não vou por aqui, esses dias um amigo me disse que sou deslumbrado demais. (risos), concordo com ele.

7 comentários:

Anônimo disse...

É bem complicado mesmo quando alguem q vc ta curtindo diz que precisa ir embora, mas como vc citou, isso tem uma coisa boa, pois cria expectativas para um novo encontro, uma nova conversa.
=D

Beeijoo!!!

Diego! disse...

Tenho problemas com o “ir embora “
Prefiro ser o último a sair, o último a abandonar a festa.
Tenho a sensação, que se eu sair antes vão falar mal de mim. Uma neurose antiga!
Até...

Fernz disse...

Eu ainda nao assisti Capitu, mas sei bem como eh o sentimento em relação a alguém que vai se tornando especial aos poucos....

vai com calma, mas vá feliz! =D

Anônimo disse...

tipo, ta gamado.

Anônimo disse...

Bem, Capitu foi a coisa mais linda de minissérie que vi na globo. Luis Fernando também se inspirou no ótimo trabalho de Sofia Copolla em Maria Antonieta, com essa atemporalidade...a minha cena favorita é a do beijo da Capitu e do Bentinho com a luz do espelho e Beirut ao fundo...que coisa linda...Acho que a figura corcunda do Dom Casmurro estava lá pra demonstrar que o final não seria nada feliz....
E sobre despedidas deixo um Guimarães Rosa "despedir da febre, Riobaldo"

Unknown disse...

nos somos nossos proprios piores inimigos

. disse...

Adorei a minissérie e acho legal o Dom aparecer em tudo.ahahah.
Obs: vá com tudo,ir com calma não é pra pessoas como nós. ;)