Ao perguntar aos amigos sobre o pequeno, alguns respondem que a história é linda e que entenderam as mensagens que nela há, mas outros falam que mal conseguem passar das primeiras páginas, aí então fico triste, pois este perdeu o belo e o inocente que havia nele.
Eu estava orgulhoso de lhe comunicar que eu voava. Então ele exclamou:
- Como? Tu caíste do céu?
É uma questão de disciplina, me disse mais tarde o principezinho. Quando a gente acaba o toalete de manhã, começa com cuidado a fazer o toalete do planeta. É preciso que a gente se conforme em arrancar regularmente os baobás logo que se distingam das roseiras, com as quais muito se parecem quando pequenos. É um trabalho sem graça, mas de fácil execução.
- Que quer dizer “cativar”? Disse o principezinho.
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa “criar laços”.
Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
- Começo a compreender, disse o principezinho. Existe uma flor... E eu creio que ela me cativou...
Ele riu mais uma vez.
- E quando te houveres consolo (a gente sempre se consola), tu te sentirás contente por me teres como amigo. Tu serás sempre meu amigo. Terás vontade de rir comigo. E abrirás às vezes a janela à toa, por gosto... E teus amigos ficarão espantados de ouvir-te rir olhando o céu. Tu explicarás então: “Sim, as estrelas, elas sempre me fazem rir”. E eles te julgarão maluco. Será uma peça que te prego...
E riu de novo.
- Será como se eu te houvesse dado, em vez de estrelas, montões de guizos que riem.
Esta é, para mim, a mais bela paisagem do mundo, e também a mais triste. Foi aqui que o principezinho apareceu na terra, e desapareceu depois.
Olhem atentamente a paisagem para que estejam certos de reconhecê-la, se viajarem um dia a África, através do deserto. E se acontecer passarem por ali, eu lhes suplico que não tenham pressa e que esperem um pouco bem debaixo da estrela! Se então um menino vem ao encontro de vocês, se ele ri, se tem cabelos de ouro, se não responde quando interrogam, adivinharão quem é. Então, por favor, não me deixem tão triste: escrevam-me depressa que ele voltou...
trechos do livro O Pequeno Príncipe de Antoine de Saint- Exupéry
5 comentários:
AH,lindo demais.
:DDDD
*___*
um dia eu hei de te escrever la da África e dizer-te: ele voltou !
me aguarde !
pitadas de pedofilia ai tem
Este livro me lembra uma amiga do ensino médio. Ela contou a história deste livro com todo o fascínio que pudesse, conseguiu me deixar entusiasmado para folhear as páginas à procura daquela sensação. Só que perdemos o contato depois do ensino médio e nunca mais existiu entusiasmo.
A minha criança ainda está dentro de mim, só que ela não voa mais pq tem medo de cair..eu amo o Exupéry...uma das almas mais lindas do universo...ele é uma verdadeira estrela literária...é tudo tão lindo...quando em o Vôo Noturno ( Vou escrevê-la com acento rs) ele fala do brilho delas...quando na verdade o que brilhava era sua alma, sua criança interior que sempre estava viva..amo ele
Eder ao som de Placebo - Pierrot The Clown
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